Vamos então escrutinar os fantásticos vinhos que temos nos nossos packs de Novembro! A selecção é forte mas o que poderão ler a seguir poderá facilitar a vossa escolha (ou então complicar por ficarem mais indecisos tal é a qualidade deste mês!).
Quinta São Bartolomeu - Chardonnay Arinto (Região Demarcada dos Vinhos de Lisboa) CVR Lisboa
Um dos vinhos deste mês, o Quinta de São Bartolomeu - Chardonnay Arinto, é produzido na Quinta de São Bartolomeu, pertencente ao Concelho de Alenquer. A mesma pertence à Região dos vinhos de Lisboa, (Província da Estremadura), onde a produção de vinhos desta região demarcada vai desde os Vinhos de Carcavelos, até aos Vinhos Encostas d'Aire, na Serra de Aire e Candeeiros.
A Província de Estremadura é considerada pela (Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa), como uma das províncias Portuguesas com maior complexidade e variedade. Assim, destaca-se a “originalidade” da sua diferenciação climática. Pode-se assim dizer, que esta região se encontra numa chamada “zona de transição” entre os ventos húmidos provenientes de Oeste (ventos do mar) e dos ventos de estio secos (vindos de terra).
A vegetação da “zona norte” apresenta características quase semelhantes às da Europa Central, por ser uma zona mais húmida. Por outro lado, a “zona mais a sul” já apresenta um clima mais seco e quente, com características tipicamente Mediterrânicas tanto na vegetação, onde se cultiva por exemplo mais a Oliveira ou a Figueira, como no clima, que é mais quente e seco e com maior número de horas de sol por ano. Estas características têm muita influência na uva, ao criar por exemplo, mais açúcares e consequentemente um maior teor alcoólico em comparação com os vinhos produzidos na zona mais a norte da Estremadura. É uma região de contrastes verdadeiramente “única”!
Senhora d`Arrábida (Região Demarcada dos Vinhos da Península de Setúbal)
O vinho Senhora da Arrábida é produzido na Região Demarcada dos Vinhos da Península de Setúbal, numa região que se estende desde o mar a partir das famosas praias da Costa da Caparica, passando pela Serra da Arrábida e estendendo-se pela Costa Alentejana até ao concelho de Santiago do Cacém. Pode dizer-se que é uma região de facto “unusual” e pois abrange duas regiões de Portugal: toda a Península de Setúbal e uma parte significativa do Alentejo Litoral.
Na verdade, a região é mais conhecida pelos vinhos Moscatel, mas o Senhora da Arrábida, este Castelão único mostra que há muito mais em termos de vinho que a Península de Setúbal oferece. Foi aqui que se plantaram as primeiras vinhas na Península Ibérica, em cerca de 2.000 A.C. pelos Fenícios aquando da sua chegada a esta região. Pensa-se que poderão ter trazido a cultura da Vinha desde o Médio Oriente e poderá ter sido um dos pontos originais da produção vinícola no nosso país.
A Península de Setúbal apresenta um clima maioritariamente Mediterrânico com tempo quente e seco no Verão e relativamente frio e chuvoso no Inverno. As vinhas crescem em terras planas compostas por solos de areia perfeitamente adaptados à produção de uvas de qualidade. Existem também solos mais acidentados de tipo argilo-calcários, como é o caso da zona da Serra da Arrábida, que tem a particularidade de ser uma área protegida com diferentes microclimas que se distinguem da maior parte da Península de Setúbal, dando origem a vinhos únicos.
Identidade AM (Região Demarcada do Dão)
O Dão é essa região esplendorosa com as suas colinas e vistas imponentes de “cortar a respiração” para a Serra da Estrela. Localizada na Beira Alta, apresenta características geográficas únicas e excelentes para a produção de vinhos. É uma região pouco ventosa por se apresentar rodeada de serras, (Caramulo, Montemuro, Buçaco e Estrela) que “isolam” assim esta área de ventos muito fortes.
As suas vinhas encontram-se essencialmente entre os 400 e 700 metros acima do nível do mar, crescem em terrenos montanhosos de xisto ou granito. Aqui podemos encontrar tanto influências climáticas do Oceanos Atlântico como do Interior norte de Portugal com invernos frios e chuvosos e verões quentes e secos!
Monte Branco (Região Demarcada Vinhos do Alentejo)
O Alentejo é conhecido por ser uma região com planícies e pequenos montes a perder de vista, com os seus extensos campos de sobreiros, oliveiras, azinheira e, claro, vinhas. É muito provavelmente a região com os verões mais quentes de Portugal, mas é também uma região com grande amplitudes térmicas anuais o que faz com que os invernos sejam muito frios, principalmente em comparação com o litoral. Isto proporciona às uvas aqui plantadas que consigam adquirir propriedades únicas, com mais açúcares, o que torna os seus vinhos muito aromáticos e fortes, normalmente com um teor alcoólico mais elevado que os de outras regiões Portuguesas, principalmente os tintos.
A Adega do Monte Branco enquadra-se no Alentejo Central, mais precisamente junto a Estremoz no Distrito de Évora. Esta zona do Alentejo onde este fantástico e exclusivo vinho é produzido é conhecida pela sua “originalidade geográfica” , dado que se encontra numa zona de terreno mais acidentado e mais planáltico em comparação com o restante território. Estas características e a proximidade da Serra de de Ossa, proporcionam a que exista também aqui um microclima, mais fresco em comparação com o das redondezas. Os terrenos Calcários e Xistosos, onde estas vinhas estão plantadas criam vinhos muito elegantes, frescos e equilibrados.
Mil Curvas Único e Quinta Daniel (Região Demarcada dos Vinhos do Douro)
O Douro é a região demarcada mais antiga de Portugal. As suas inconfundíveis paisagens de socalcos de vinhas e oliveiras que descem suavemente desde o topo das montanhas até ao Rio Douro e a sua inigualável beleza permitiu a que o Alto Douro Vinhateiro fosse proclamado pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade.
Esta é uma região de contrastes de relevo acidentado e terreno essencialmente chistoso, com um clima de Verões muito quentes e secos e invernos frios e chuvosos. A forma como estas vinhas estão plantadas, utilizando-se a técnica ancestral dos “socalcos”, ajuda a que tenham uma grande exposição solar. E de facto sol e calor é algo que não falta nesta única e fantástica região, muito conhecida pela produção dos Generosos Vinhos do Porto. Os Ingleses, caso do Barão de Forrester, quiseram dominar esta zona desde o séc. XVIII, tendo estes contribuído para o desenvolvimento da produção de vinho nesta região, com é o exemplo do famoso Taylor's Port.
Mas as suas características geográficas permitem também a que se produzam formidáveis vinhos Tintos, Dos melhores do país e do mundo! E disso são exemplo os “exclusivos” “Mil Curvas Único” e o “Quinta Daniel.”
Vamos agora dar um olhar sobre as características da zona do Douro onde cada um produzido:
Quinta Daniel
Pode dizer-se que estamos no “douro profundo” afastado de cidades, de vilas e mesmo de pequenas aldeias. É um Douro “único” e fantástico, com um terreno mais árido, de pedra, onde os verões são ainda mais quentes que no resto da região, lembrando paisagens e um clima como o Médio Oriente. O Quinta Daniel nasce e produzido muito próximo das muito bem preservadas pinturas rupestres de Foz Côa, também elas Património da Humanidade da UNESCO.
Mil Curvas Único
Este vinho tem a particularidade de ser produzido numa zona entre a Região dos Vinhos Verdes e a Região Demarcada do Douro. As suas vinhas estão sobre terrenos graníticos, típicos da Região dos Vinhos Verdes contrastando com o Rio Douro ali mesmo ao lado, onde as vinhas crescem em terrenos mais xistosos.
O clima desta parte do Douro é também é um clima de “transição”, pois recebe tanto influências marítimas (devido à sua maior proximidade com o Oceano Atlântico a oeste) como influências mais continentais da zona mais interior do rio Douro. Assim, o clima aqui é mais variável, podendo alternar com períodos mais frescos e chuvosos “típicos da região dos Vinhos Verdes” e períodos mais quentes e secos “típicos da região mais interior do Douro”.